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1-
Canto
Inicial
2- Introdução
Vinde,
Espírito Santo,
Enchei os corações dos vossos
fiéis
E acendei neles o fogo do vosso
amor
D (dirigente) - Enviai o vosso Espírito e tudo será criado
R (resposta dos participantes)- E
renovareis a face da terra
Oremos:
Deus, que instruístes o coração dos vossos fiéis com a
luz do Espírito Santo: fazei com que apreciemos retamente todas as coisas, e
gozemos sempre de sua consolação. Por
Cristo, Senhor nosso, Amém.
3-
Oração Introdutória
(Em dois grupos ou coros: grupo A e grupo B; D: dirigente; T: todos).
A- Vinde, Espírito Santo e enviai-nos do alto do céu, um raio da vossa luz!
B – Vinde, Pai dos pobres, vinde,
fonte de todos os dons, vinde, luz dos corações!
A - Consolador magnífico! Doce hóspede da
alma! Doce reconforto!
B- Sois repouso para o nosso trabalho, calmante para as nossas paixões,
lenitivo para as nossas lágrimas!
A-Ó luz da felicidade, inundai plenamente
os corações dos vossos fiéis!
B- Sem o vosso auxílio, nada pode o
homem, nada produz de bom!
A-
Lavai as nossas manchas! Banhai a
nossa aridez! Sarai as nossas feridas!
B-
Dobrai a nossa dureza! Aquecei a
nossa fraqueza! Retificai os nossos erros!
A-
Dai aos vossos fiéis, que em vós
confiam, os sete dons sagrados!
B-
Dai-nos o mérito da virtude!
Dai-nos o troféu da salvação! Dai-nos a alegria eterna!
T-Amém!
Aleluia!
4-
Passar para a página do dia da novena
(primeiro dia, segundo dia...)
Benção Final (Se houver um sacerdote presente, ele deve conduzir este
momento)
-Pai Nosso... -Ave Maria... - Glória ao Pai...
T- Assim como nos reunimos em vosso nome, ó Divino Espírito Santo
concedei-nos, por vosso amor, a graça de permanecermos sempre unidos na justiça evangélica e na
solidariedade fraterna. Que nunca nos esqueçamos e nos afastemos de vós, e
alcancemos juntos a verdadeira e eterna
felicidade. E que esteja sobre nós, sobre nossos amigos e familiares, sobre
nossos intercessores e colaboradores, bem como sobre todos aqueles com quem
ainda não vivenciamos a plena comunhão e caridade, a benção do Deus único e
todo poderoso que é Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.
10- Cântico Final Abraço da Paz Recomendações Despedidas
11- Oração Final
VENI CREATOR
( Hino litúrgico do século IX)
Vem, Espírito Criador, visita o espírito dos que são
teus.
Enche de graça e de esplendor os corações que tu mesmo criaste.
Nós te
chamamos o Defensor, dom de Deus altíssimo. fonte viva, fogo, amor e unção da
graça.
Tu nos
ofereces os sete dons, Tu és o dedo da mão de Deus, a verídica promessa do Pai:
Tu inspiras nossa voz.
Abrasa-nos em tua luz, enche nossos corações.
O que é fragilidade em nosso corpo revigora com teu
vigor.
Afasta para
longe de nós o inimigo. Desde agora dá-nos a paz. Sê nosso guia no caminho para
que possamos evitar todo mal.
Dá que conheçamos o Pai, revela-nos o filho,
Tu és o Espírito do Pai e do filho. Que sempre
creiamos em Ti!
1º dia: O
Espírito Santo no seio da Santíssima Trindade
Abertura
(para todos os dias)
4-
Leitura
Bíblica
Evangelho segundo
Mateus, capítulo 3, versículos de 13 a 17, (ler diretamente na Bíblia; orientar
aqueles que não trouxeram a Bíblia a acompanhar a leitura com quem a tenha).
5-
Reflexão Catequética
D- Deus é um só, mas tem três modos de ser, de existir. Da única essência, da única natureza divina, participam três pessoas divinas. Essas pessoas são
absolutamente iguais quanto à
natureza, à essência, quanto à onipotência e à santidade, mas são distintas, pois que uma não é a outra e
inclusive se manifestam conjuntamente
a nós (no batismo de Jesus, por exemplo). “Aquele que é o Pai não é o Filho, e
aquele que é o Filho não é o Pai, nem o Espírito Santo é aquele que é o Pai ou
o Filho” (XI Concílio de Toledo, 675, DS 530). Além disso, podemos falar apropriadamente de diferentes missões
divinas (processões) : uma é a missão do Filho, e outra é a missão do Espírito
Santo- ainda que, sempre quando age, Deus age trinitariamente.
A isso chamamos de
Mistério da Santíssima Trindade. E mistério é sempre mistério; se o
compreendêssemos em totalidade, não seria mistério. Mas às vezes dá-se-nos a
impressão de que alguns mistérios são “mais misteriosos” que outros. Este da
Santíssima Trindade, por exemplo. Realmente, não é nada fácil, dentro da lógica
humana, aceitar, sem uma certa inquietude, a realidade de três pessoas num só Deus.
As três pessoas
divinas, por si, já são um mistério. Das três, porém, a mais “misteriosa” é,
por assim dizer, a pessoa do Espírito Santo. Porque Ele não tem um rosto (como
o Cristo), não tem uma imagem (como a que fazemos do Pai), não tem um
“sinônimo” a que possamos nos agarrar.
De fato, o Espírito
veio até nós de modo misterioso, sutil, “interior”. E não há nenhum mal em
termos mais dificuldades em entendê-Lo. O que não podemos permitir é que,
diante desta maior dificuldade em compreendê-Lo, acabemos por rejeitá-Lo a um
segundo plano em nossa espiritualidade, deixando-O “de lado” em nossas orações,
em nossa devoção, em nosso relacionamento com a Trindade.
Só ousamos falar
desse mistério - coisa que jamais descobriríamos por nós mesmos - porque Deus
tomou a iniciativa em revelá-lo a nós, e, pacientemente, através dos séculos,
foi gradativamente partilhando conosco a Sua própria vida íntima e misteriosa.
E se Deus se revelou em três pessoas, é
porque é da vontade dEle que nós O conheçamos e O amemos em suas três maneiras
de ser. Pois quanto mais o
conhecermos, mais O amaremos e compreenderemos Seu plano amoroso e suas
intenções para nossas vidas...
6-
Partilha Espontânea (cerca de 20 minutos)
7- Cântico
8- Oração Final
A -
Espírito Santo, que conduziste os profetas por desertos de areia ou pela
amplidão dos mares.
B- Sopra sobre nossos olhos, a fim de que, por toda parte, saibam ver a
Trindade Santa. A- Sopra sobre
nossos lábios, a fim de que só digam e cantem a Verdade de que liberta. B - Abre nossos corações à beleza do
mundo, ao alegre esplendor das formas sensíveis
A- Para
que todos os nossos encontros sejam sempre louvores a Deus e motivos de amor.
B-E todas
as criaturas constituam oportunidades que nos levem ao Criador. Amém
9- Sugestão de Atividade em Casa
Ler 2 Cor 13,13; 1
Cor 12,4-6; Mt 28, 16-20. Explique-se o que significam as citações; também
poderão ser aqui sugeridas - considerando-se a assembléia - outras atividades,
propostas de reflexão, de compromisso e de gesto concreto.
Rezar e meditar a seguinte
consagração.
CONSAGRAÇÃO AO DIVINO ESPÍRITO
SANTO (Pe. Mário Salgueirinho)
Ó Espírito Santo, Divino Espírito
de luz e de amor, eu vos consagro a minha inteligência, o meu coração e a minha
vontade, todo o meu ser, no tempo e na eternidade.
Que a minha inteligência seja
sempre dócil às vossas celestes inspirações e à doutrina da Santa Igreja
Católica, de que sois guia infalível.
Que o meu coração seja sempre
inflamado do amor de Deus e pelo próximo.
Que a minha vontade
seja sempre conforme a vontade divina, e que toda a minha vida seja uma
imitação fiel da vida e das virtudes de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, a
quem, com o Pai e convosco, sejam dadas honra e glória para sempre Amém.
Bênção Final
2º dia - O
Espírito Santo é Deus
Abertura
(para todos os dias)
4-
Leitura Bíblica
Leitura da Primeira
Carta de Paulo aos Coríntios, capítulo 2, versículos de 9 a 12 (ler diretamente
na Sagrada Escritura)
5-
Reflexão Catequética
D - Muitas pessoas concebem o Espírito Santo como uma “força de Deus”, ou
como uma “luz divina”, ou, ainda, como uma “consolação divina” que Deus nos
concede, apenas. Embora possamos também considerá-lo como essas realidades
todas, é necessário termos em conta que o Espírito Santo não é “uma parte” ou
“um aspecto” da ação divina. Ele é Deus!
Mesmo não assumindo a
nossa natureza humana como Jesus - que se fez carne, um de nós -, o Espírito
Santo é Deus mesmo. Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, um com o Pai e o
Filho. Procede do amor entre eles, uma só essência, uma só natureza com Eles.
Como Pessoa é livre, tem inteligência e vontade.
Tudo vê, tudo
conhece, está presente em tudo e em todos. Exerce hoje, em mim - em cada
criatura, em todos os filhos de Deus -,
a missão de santificador, de consolador. É o Senhor da vida! É aquele que,
agindo em nosso interior desde o nosso Batismo, nos leva a conhecer Jesus, a
amá-Lo, a seguir Seus ensinamentos. Ele nos revela Jesus - Caminho, Verdade e Vida. Ele nos convence de que somos salvos pelo
sangue do Cordeiro sem mancha, Jesus Cristo.
Deus sem face. A
humildade de Deus. Puro Espírito, que escolheu nosso ser para Seu Templo, Sua
morada, habitando nosso frágil espírito humano.
No credo niceno-constantinopolitano,
rezamos: “Creio no Espírito Santo, Senhor
que dá a vida, e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e
glorificado; Ele que falou pelos profetas”.
Ao professarmos nossa
fé na Pessoa do Divino Espírito Santo, a Igreja nos ensina: “Aquele que o Pai
enviou aos nossos corações, o Espírito do seu Filho, é realmente Deus.
Consubstancial ao Pai e ao Filho, Ele é inseparável dos dois, tanto na Vida
íntima da Trindade como no seu dom de amor pelo mundo. Mas ao adorar a
Santíssima Trindade, vivificante, consubstancial e indivisível, a fé da Igreja
professa também a distinção das Pessoas. Quando o Pai envia seu Verbo, envia
sempre seu Sopro: missão conjunta em que o Filho e o Espírito Santo são
distintos, mas inseparáveis. Sem dúvida, é Cristo que aparece, Ele, a imagem
visível do Deus invisível; mas é o Espírito Santo que O revela” (Catec;
n.689-690). E diz mais o Catecismo da
Igreja Católica n.253: “As pessoas divinas não dividem entre si a única
divindade. Mas cada uma delas é Deus por
inteiro:” O Pai é aquilo que é o Filho, O Filho á aquilo que é o Pai, O
Espírito Santo é aquilo que são o Pai e o Filho, isto é, um só Deus quanto à
natureza” (XI Concílio de Toledo, em 675:DS 530).
6-
Partilha Espontânea (cerca de 20 minutos)
7-Cântico
8- Oração Final
A - Divino Espírito Santo, necessitamos muito de vossa ajuda para conhecer
o caminho que devemos seguir.
T - Dai-nos, ó Pai, por Jesus, o vosso Espírito Santo!
B - Temos necessidade de vós, para que nosso coração, inundado vossa
consolação, se abra, e que muito além das palavras e dos conceitos, possamos
perceber em nós a vossa presença de Pessoa Divina.
T - Dai-nos ó Pai, por Jesus, o Vosso Espírito Santo!
A
- Cremos, Ó
Espírito Santo, que viveis na Igreja e em nós, sois nosso hóspede permanente,
sempre a modelar em nosso ser a figura e a forma de Jesus Cristo.
T - Dai-nos, ó Pai, por Jesus, o vosso Espírito Santo!
B
- Nós nos
dirigimos também a Vós, Maria, Mãe da Igreja, que viveste a plenitude
inebriante do Espírito Santo, experimentaste a sua força em vosso ser e o
vistes operando em vosso filho Jesus: intercedei por nós, para que nossa mente
e o nosso coração se abram à ação divina.
T - Dai-nos, ó Pai, por Jesus, o Vosso Espírito Santo!
A - Fazei com que tudo o que pensamos, fazemos ou ouvimos, todos os nossos
gestos e todas as nossas palavras sejam tão-somente abertura e disponibilidade
a este único Santo Espírito que forma a
Igreja no mundo.
T - Dai-nos, ó Pai, por Jesus, o Vosso Espírito Santo!
B - Edifica o corpo de Cristo na história; promove o testemunho da fé;
consola e conforta; plenifica de confiança e de paz o nosso coração, mesmo em
meio às dificuldades e tribulações.
T - Dai-nos, ó Pai, por Jesus, o Vosso Espírito Santo!
T - Nós o pedimos, Pai, juntamente com a intercessão de Maria e de todos
os santos, e em nome do vosso filho Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.
9-
Sugestão
de Atividade em Casa
Ler At. 5,1-6; Rm 8,5-15
Benção
Final
3º Dia - O
Espírito Santo é uma Pessoa
Abertura
(para todos os dias)
4-
Leitura Bíblica
Leitura do livro dos Atos dos
Apóstolos, capítulo 13, versículos de 01 a 04.
5-
Reflexão Catequética
D - Como já vimos, Deus é sempre um mistério.
E, das três Pessoas, o Espírito Santo parece ser a mais misteriosa de
todas. É o “Deus sem face” (ao contrário do Filho que assumiu a nossa natureza
humana) o “Deus sem referência humana” (ao contrário da Primeira Pessoa, a quem
chamamos por um nome que nos é bastante comum: Pai!)... Para referir-se a Ele,
as Sagradas Escrituras lançam mão de símbolos, tais como: Água, Unção, Fogo,
Nuvem, Luz, Selo, Mão, Dedo e Pomba (Catec. N 694 a 701). E quando questionados a respeito de quem é o Espírito
Santo, comumente também respondemos com conceitos totalmente impessoais, ou
abstratos, como: “Ele é o amor, a consolação, a luz, a força, a esperança, o revelador...”
Na realidade, Deus é,
na sua natureza, amor (cf.1 Jo 4,16). Por conseguinte, dom, vida
incessantemente doada. Enquanto fonte permanente desse dom, Deus é Pai.
Enquanto expressão e receptor desse dom, Deus é Filho. Enquanto dom mesmo, ele
é o Espírito. “Uma só essência, uma substância ou natureza, mas três pessoas”,
nos ensina o Concílio de Latrão. E, de fato, aprendemos todos – e desde cedo -
que o Espírito Santo é a terceira pessoa
da Santíssima Trindade. Mas em que sentido? Como é que alguém que eu
não vejo, não toco, e que é “espírito”,
pode ser uma pessoa?...
Ainda que limitados
pelo curto alcance dos conceitos humanos, podemos ser auxiliados nessa
“compreensão” quando associamos a palavra pessoa
(persona) ao conceito de personalidade.
O Espírito Santo traz em si todos os atributos de uma personalidade. Ele tem intenção (Rm 8,27), tem conhecimento (1 Cor
2,10-11), tem vontade própria (1 Cor 12,11) experimenta emoções (Ef 4,30). Ele
se relaciona e age como somente uma pessoa poderia fazê-lo: Ele fala (At. 1,16), ora (Rom 8,26-27), ensina (Jô
14, 26) opera milagres (At 2, 4 ; 8,
39) ordena (At 8, 29; 10,19-20;
11,12; 13,2) proíbe (At 16, 6-7), guia as pessoas (Rom 8,14) e consola a Igreja (At 9,31) - entre
outras tantas ações...
A consciência de que
o Espírito Santo é uma pessoa deve
gerar em nós um impacto que interpele a nossa vida: se o Espírito Santo é uma Pessoa, nós precisamos aprender a ter
com Ele um relacionamento pessoal -
isto é, de pessoa para Pessoa. Ele não pode continuar sendo para nós apenas um
dado teológico, doutrinário, mas... uma
Pessoa, amiga! Uma Pessoa com
quem posso partilhar minhas dificuldades, minhas vitórias, meus fracassos,
minhas alegrias...
A propósito, você já
entabulou uma conversa com o Espírito Santo, hoje? Já lhe disse, por exemplo,
“Bom Dia Espírito Santo?”. Afinal, Ele é também o nosso Advogado, o nosso
Consolador e Aquele que nos dá força...
6-
Partilha Espontânea (cerca de 20 minutos)
7- Cântico
8-
Oração Final
A -
Espírito Santo contemplar-te é mergulhar o olhar no invisível, em pleno
mistério de Deus.
B-Não
tens um semblante de Evangelho como o Cristo, nem de face de Pai; mesmo
renunciando a te imaginar um rosto, queremos aderir a Ti com todas as nossas
forças;
A-Não
tens um semblante porque és o fogo do amor que reúne os semblantes do Pai e do
Filho, para não formar senão um só, numa sublime fusão;
B - Vives
nos semblantes de outrem, como sua vida mais secreta, e és tu que nos revela o
autêntico semblante do Salvador, bem como o do Pai celeste;
A - És
abismo de profundidade, recôndito inexpugnável e inexprimível de se representar
em traços delimitados.
B-Tu és o
sopro que emana do Pai e do Filho que vem animar o nosso espírito, fornar-mos
uma feição espiritual.
A-Tu és a
respiração de nossa alma, o pensamento de nosso pensamento, o impulso de nossa
vontade, a força do nosso amor;
B-Tu és a
vida divina que vem nos fazer viver o Cristo, que invade o nosso ser para
transfigurá-lo.
A-Tu nos ultrapassas infinitamente
e, no entanto, és tão intímo a nós;
B-Não resides num longínquo
abstrato, mas no concreto palpitante de nossa existência.
T-Contemplar-te
é deixar-se tomar pela torrente de um amor que transborda e se apossa de toda a
nossa pessoa humana. Amém.
9- Sugestão de Atividade em Casa
Procurar em sua Bíblia as indicações do texto da Reflexão
Catequética de hoje, e se possível, identificar
outros exemplos de ações pessoais do Espírito Santo.
Benção Final
4º Dia- O Espírito da Promessa no Antigo
Testamento
Abertura
(para todos os dias)
4-
Leitura
Bíblica
Leitura do Livro do Profeta
Ezequiel, capítulo 36, versículos de 24 a 28
5- Reflexão Catequética
A-É da maior importância para a nossa abertura à Pessoa do Espírito Santo
compreendermos adequadamente - tanto quanto nos permite a Revelação e a nossa
capacidade de interpretá-la - o significado central daquilo que aconteceu no
histórico evento de Pentecostes.
Pentecostes não é,
simplesmente, “a vinda do Espírito Santo”, como comumente costuma- se afirmar.
O Espírito Santo - Pessoa divina que é - sempre
esteve presente na história da humanidade, não sendo pois correto crer que
Ele só tenha vindo atuar em nosso
meio depois de Pentecostes.
De fato, já no
segundo versículo da Bíblia (Gn 1,2), encontramos a expressão: “... O Espírito pairava sobre as águas...”. E ela nos ensina ainda, por
exemplo, que Ele desceu sobre Enoque, Abraão, Isaque e Jacó; que o Faraó
compreendera que José possuía o Espírito de Deus; que os milagres de Moisés
eram operados por Sua virtude; que atuou em Otoniel, Gedeão, Débora, e Sansão;
que Samuel e Davi profetizavam pelo Espírito Santo; que Azarias e Oziel o
possuíam. E Isaías (63, 11-12) aduz: “Onde habita aquele que enviou no meio
deles o Espírito Santo, guiando Moisés pela destra? Desceu o Espírito do Senhor
e foi o guia do seu povo...”
Outras passagens da
Sagrada Escritura confirmam esta presença e este operar do Espírito Santo nos
tempos descritos pelo Antigo Testamento. Do conjunto dessas afirmações, podemos
caracterizar em certo sentido o modo como
o Espírito Santo estava presente e operava na história da salvação, antes de Pentecostes (porque, depois,
seria diferente!). Podemos dizer
que:
a)
O Espírito Santo
se manifestava ( ou “se apossava de”, ou “agia em”...) apenas em algumas pessoas, escolhidas por Deus
com vistas a algum propósito de Sua parte (alguns reis, profetas, juízes, ou sacerdotes).
b)
O Espírito se manifestava na vida dessas pessoas por
um determinado tempo, apenas;
cessada a “missão”, a “tarefa” ou o “propósito”, cessava a aparente manifestação; Ele ainda não “habitava” o ser humano como
hoje nos é possível;
c)
A presença do
Espírito na vida de todas as pessoas
era uma presença considerada do tipo “natural”,
ou imanente, a sustentar e garantir
nelas a vida - do que Ele é Senhor e Fonte! Não era ainda uma presença do tipo
“sobrenatural” - além da natureza humana -, uma presença pela graça, como nos é possível hoje por um
intermédio dos Sacramentos.
d)
Não se tinha a
consciência - a revelação - que temos hoje a respeito do Espírito Santo.
Percebiam-No mais como uma “força divina”, e não como a presença e a ação de
uma Pessoa Divina, da Trindade.
Algumas promessas,
porém, da parte de Deus pela boca de seus profetas (e depois, pela boca do
próprio Jesus) nos davam conta de que, para os tempos messiânicos - ou seja, depois da vinda do Filho-, a presença
e o operar do Espírito seriam diferentes. Por exemplo, pela boca do profeta
Joel, Deus nos anunciava: “Depois disso acontecerá que derramarei o meu
Espírito sobre todo o ser vivo: vossos filhos e vossas filhas profetizarão;
vossos anciãos terão sonhos, e vossos
jovens terão visões. Naqueles
dias, derramarei também o meu espírito sobre os escravos e as escravas.” (Jl
3,1-2; ver também Ez 36, 25-27, Is 44,3).
Pentecostes é a realização dessas
promessas a respeito do Espírito. E a nós, a quem coube viver nesses tempos em que Pentecostes
já é uma realidade, é dada a possibilidade de desfrutar os privilégios que o
novo modo do Espírito Santo estar presente e agir veio nos trazer, como veremos
nos próximos encontros...
6-
Partilha
Espontânea (cerca de 20 minutos)
7- Cântico
8- Oração Final
A - Quem és tu, doce luz que me inundas e
aclaras a noite do meu coração? Tu me guias com tua mão maternal. Se me
desamparas, não avanço mais, nem sequer um passo.
B - Tu és o espaço que cerca o meu ser e no qual
tu te ocultas. Se me abandonas, caio no abismo do nada, do qual me chamaste
para o ser.
A - Estás mais próximo de mim que eu, és mais
íntimo de mim que meu íntimo.
B - E, contudo, ninguém te atinge, ninguém te
compreende.
T - E nenhum nome pode aprisionar-te: Espírito
Santo Eterno Amor.
A - Vem, Espírito Criador venerado e
todo-poderoso, pelo qual tudo foi feito.
B - Tu tens tudo em tuas mãos, tu que estás
acima de toda sabedoria e de todo poder.
A - Nada pode descrever-te, compreender-te,
sondar-te.
B - Tu terminas toda a criação em sua essência;
tu és inseparável de todas as coisas em sua força.
A - Nós te bendizemos, Senhor de todas as coisas
e muito bom!
B - De ti procedem toda existência, toda
respiração, todo pensamento, todo conhecimento de Deus.
A - Nós te bendizemos porque és tu que nos fazes
ver a beleza do céu, o percurso do Sol,
B - o círculo da lua, a magnificência das
estrelas.
T - Por isso nós proclamamos: Glória a Ti,
Espírito Criador!
D - Divino Espírito Santo.
T - Iluminai-nos.
9- Sugestão de Atividade em Casa
Jl 3,1-2; Ez 36, 25-27; Is 44,3. “
Repetir, por diversas vezes durante o dia, jaculatórias como: “Divino Espírito Santo, iluminai-me”;
“Espírito Divino, concedei-me os vossos santos dons”; “Renova-me, Divino Espírito
Santo”, e outras
que espontaneamente surgirão.
Bênção
Final
5º dia- A
Catequese de Jesus sobre o Espírito Santo
Abertura
(para todos os dias)
4-
Leitura
Bíblica
Leitura do Evangelho de Jesus Cristo segundo
João, cap. 14, versículos de 12 a 17.
5- Reflexão Catequética
D - Jesus Cristo é o
portador definitivo das boas novas da Revelação. Anuncia-nos com autoridade que
Deus é Pai, que Ele e o Pai são um e que o Espírito Santo é o “outro Paráclito”
que haveria de vir para dar testemunho dele.
Nos capítulos 14, 15 e 16 do
Evangelho de São João, especialmente, Jesus expõe aos seus discípulos uma nova e esclarecedora
catequese sobre o Espírito Santo. Refere-se a Ele, pela primeira vez, como a alguém, como a uma Pessoa. Explica-nos o novo modo como essa Pessoa Divina estará em
nosso meio, e qual a essência de sua missão: estará conosco eternamente; e não só conosco, mas em nós (Jo 4, 15-17); ensinar-nos-á todas as coisas e nos recordará
tudo o que Jesus nos disse (Jo 14,26); dará testemunho, não de Si mesmo, mas de
Jesus (Jo 15,26); e que - era verdade-convinha a nós que Ele (Jesus) voltasse
para o Pai, porque, assim, o Espírito viria para estar conosco e nos
convenceria a respeito do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16, 7-8); e que Ele
nos conduziria à completa verdade, pois não falaria de Si mesmo, mas tomaria
daquilo que ouvira do próprio Cristo, e o glorificaria! (Jo 16, 13-14).
Antes de sua ascensão, Jesus ainda
nos fará outras revelações a respeito da Pessoa do Espírito Santo. Mas, daquilo
que já disse até aqui, podemos compreender com mais clareza que:
a - O Espírito Santo é uma Pessoa; misteriosa, divina, mas uma Pessoa;
b - é
necessária a Sua vinda para a continuação da obra da salvação iniciada por
Jesus, sobre quem Ele testemunhará;
c - não estará mais apenas conosco, mas em nós; d - e não por pouco tempo, mas eternamente;
e- por Ele teremos
acesso à verdade sobre o Cristo, de quem Ele recordará eternamente as
palavras e os feitos...
Além dessas novidades apontadas por Jesus a respeito do novo modo de O Espírito
Santo estar presente entre nós após a sua partida, temos um outro elemento que
é de fato fundamental para o entendimento do significado de Pentecostes. E um
dos textos-chave para esse entendimento é o que nos oferece o Evangelho de João
no seu capítulo 7, versículos de 37 a 39, quando diz: “No último dia, que é o
principal dia de festa, estava Jesus de pé e clamava: ‘Se alguém tiver sede,
venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura: Do seu interior
manarão rios de água viva’ (Zc 14, 8; Is 58, 11). Dizia isso, referindo-se aos
que cressem nele, pois ainda não fora dado o Espírito, visto que Jesus ainda
não tinha sido glorificado.”
Tenhamos em mente esse texto ao realizarmos o
nosso próximo encontro.
6-
Partilha
Espontânea (cerca de 20 minutos)
7-
Cântico
8-
Oração Final
A - Vem, Espírito Santo, e santifica-me. Vem,
Espírito de Verdade, e enche-me de ti.
Que a tua sapiência divina me instaure na Verdade.
B - Eu desejo que a
Verdade reine na minha mente, nas minhas palavras, nos meus afetos, nas minhas
ações, evitando tudo o que lhe seja contrário, não só a mentira, senão também a
dissimulação, a duplicidade, a falta de sinceridade.
A - Vem, Espírito de paz, e dá-me a tua paz, a
paz profunda que dilata a alma e a torna
apta às tuas operações; a paz que acalma e domina todo o sensível;
B - Vem, Espírito de caridade, faze-me tão
inflamado de teu amor, que o faça transbordar sobre as almas que eu desejo
levar a ti.
A - Ó Divino Espírito, trasnsforma-me em amor.
Só assim poderei responder plenamente a teu convite, a ser útil à
Igreja.
B - Ó Espírito da
Verdade, faze-me conhecer o Verbo, ensina-me a lembrar-me sempre de tudo quanto
ele disse.
A - Ilumina-me, guia-me, torna-me, conforme
Jesus, em outro Cristo , comunicando-me as suas virtudes,
B - sobretudo paciência, a humildade, a obediência.
T - Faze-me participar da tua obra redentora.
Faze-me entender, e amar a cruz.
9 – Sugestão de Atividade em Casa
Reler o capítulo 7, versículos de 37 a 39 do Evangelho de João, Jo 14,
26; Jo 15, 26, Jo 16,
7-8. 13-14.
Bênção Final
DIVINO
ESPÍRITO ( Paulo VI)
Ó Espírito santo!
Daí-me um coração grande,
aberto à vossa silenciosa e forte palavra inspiradora;
fechado a todas as ambições mesquinhas;
alheio a qualquer desprezível competição humana;
Compenetrado do sentido da Santa Igreja!
Um coração grande, desejoso de se tornar semelhante ao
coração do Senhor Jesus!
Um coração grande e forte, para amar a todos, para servir
a todos, para sofrer por todos!
Um coração grande e forte para superar todas as
provações, todo tédio, todo cansaço, toda desilusão, toda ofensa!
Um coração cuja felicidade é palpitar
com o coração de Cristo, e cumprir humilde, fiel e
virilmente a vontade do Pai.
Amém.
6º
Dia- Espírito Santo, dom de Deus
Abertura
(para todos os dias)
4-
Leitura
Bíblica
Leitura da Carta de Paulo aos Romanos,
capítulo 5, versículos de 1 a 5.
5- Reflexão Catequética
D - Dizia o Evangelho de João, na
leitura que vimos em nosso encontro anterior (Jo 7, 37- 9), que o “Espírito
ainda não tinha sido dado porque
Jesus não tinha ainda sido glorificado.”
Depois da catequese sobre o
Espírito Santo - também já vista por nós (capítulos 14, 15 e 16 de São João) -
, Jesus se dirige ao Pai em oração e pede que seja removida essa barreira: “Pai, é chegada a hora: glorifica o teu Filho, para que o teu
Filho possa glorificar-te...” (Jo 17, 1). E nós sabemos em que consiste a glorificação de Jesus, descrita nos
capítulos seguintes (18 e 19): prisão, julgamento, paixão, morte e
ressurreição!
Após esses fatos (capítulo 20),
naquele que é considerado o “Pentecostes apostólico”, já vemos os efeitos da
glorificação de Jesus: embora as portas estivessem fechadas, Jesus aparece no
meio deles, mostra-lhes suas chagas gloriosas, deseja-lhes a paz, sopra sobre
eles (retomando uma imagem do Espírito muito conhecida deles,o ruah) e diz: “Recebam o Espírito Santo!
( Jo 20, 19-21). Como a dizer: “Sim,
recebam-no; agora Ele pode ser dado (como
Eu vos disse!), agora Ele é dom para
vocês...”
Na outra descrição de Pentecostes
registrada por Lucas (Atos 1 e 2), temos outras evidências do novo modo de o
Espírito Santo estar presente. Jesus, já ressuscitado e prestes a ascender aos
céus (glorificado, portanto), instrui os apóstolos a aguardarem em Jerusalém,
pois agora iria se cumprir-se a promessa do Pai. “Vocês vão receber o poder do Espírito Santo, que
virá até vós” (cf. At 1,8), dizia.
Na seqüência, acontece o
prometido. Os apóstolos, com Maria e algumas outras mulheres, estavam em oração
no Cenáculo quando um vento impetuoso tomou conta do lugar, e umas como que línguas de fogo pousaram sobre
eles, que logo começaram a se expressar com manifestações carismáticas,
“falando em diferentes línguas conforme o Espírito lhes concedia que falassem.”
E sendo entendidos por “pessoas de diferentes línguas e nações” (cf. Atos 1,12-
14, Atos 2, 1ss).
Quando o povo, atônito com aquela
manifestação espiritual, pergunta a Pedro o que
fazer, ele diz: “Arrependam-se, sejam batizados em nome de Jesus para o
perdão de vossos pecados, e recebereis o
dom do Espírito Santo; pois a
promessa que foi feita a respeito dele é para vós, para vossos filhos e para
todos aqueles que estão distantes, e que Deus está chamando a Ele,” (cf. Atos 2, 37-39)
Cumpriu-se a promessa. Com Jesus
glorificado, o Espírito é dado para
todos os que ouvem o chamado do Senhor nosso Deus. O Pai e o Filho - como
doadores - se doam a nós na Pessoa do Espírito Santo. Ele é uma Pessoa-dom, para nós de agora em
diante. Inicia-se aí, em Pentecostes, uma possibilidade de relacionamento com
Deus, no Espírito Santo, como nunca fora possível antes. Privilégio dos tempos
messiânicos, privilégio nosso.
Agora o Espírito se doa a todos,
vem para estar em nós (“Acaso não
sabeis que sois templo do Espírito?”, cf. 1Cor 3, 16), vem para estar
“eternamente conosco” (cf. Jo 14, 16), como Pessoa divina ( e não como uma coisa!), de modo não apenas natural mas, pela graça dos sacramentos,
de um modo que supera admiravelmente a nossa natureza humana (cf. 1Cor 2, 4-5.10-14). E nosso Catecismo da Igreja Católica nos
confirma: “O Espírito Santo está em ação com o Pai e o Filho do inicio até a
consumação do Projeto da nossa Salvação. Mas é nos ‘últimos tempos’,
inaugurados pela Encarnação redentora do Filho, que Ele é revelado e dado, reconhecido e acolhido como
Pessoa.” (n.686). Buscar, pois, ter para com a Pessoa Divina do Espírito Santo
um relacionamento pessoal íntimo, é
corresponder aos dom (ao presente)
que Deus faz de Si mesmo, a nós, em Pentecostes. Há como recusar isso?!
6-
Partilha
Espontânea (cerca de 20 minutos)
7-
Cântico
8-
Oração Final
A - Louvor a ti, Senhor poderoso, Espírito
consolador;
generoso dispensador de todos os bens, igual ao Pai e ao
Filho,
a ti a glória e a soberania.
B - És a Luz e portador da luz.
Ès bondade de fonte de toda a bondade.
És o Espírito que forma profetas e suscita apóstolos.
A- Dás a vitória aos mártires e poder aos confessores.
Tornas inteligentes os que te procuram, orientas os que estão sem
destino,
B - consolas os
tristes e fortaleces os fracos, cuidas dos feridos, ergues os que caíram, dás
coragem aos que têm medo, acalmas os violentos, abrandas os corações
endurecidos, confirmas os fiéis e resguardas os que crêem.
A - Eu te suplico, Espírito consolador, desce ao
templo do meu coração, como descestes à sala do cenáculo, testemunha da santa
ceia.
B - Vivifica-me com teus dons benfazejos,
abrasa-me o coração com o fogo do teu amor, concede-me tua sabedoria eterna,
e que tua luz resplandecente me purifique o coração. A - Que eu te conheça com verdadeiro
discernimento, tu que reinas com o Pai e o Filho.
B - Guia-me para que te glorifique e te adore com toda
pureza, amor e obediência.
T - com o Pai de quem procedes e com o Filho de
quem recebes, agora e sempre. Espírito Santo vem rezar em mim.
9-
Sugestão
de Atividade em Casa
Ler At 8, 9-25
Bênção Final
7º Dia- Sereis Batizados no Espírito Santo
Abertura (para todos os
dias)
4-
Leitura
Bíblica
Leitura do Livro dos Atos dos Apóstolos,
capítulo 1, versículos de 4 a 9.
5- Reflexão Catequética
D - Na celebração da
vigília de Pentecostes de 2004, em Roma, o Papa João Paulo II afirmou em seu
discurso: “Desejo que a espiritualidade de Pentecostes se difunda na Igreja
como um renovado salto de oração, de santidade, de comunhão e de anúncio” (29/05/2004).
Ora, o elemento central de toda a
espiritualidade de Pentecostes não é um devocional, um rito litúrgico ou uma
novena de orações, simplesmente. Aquilo de mais significativo que a
espiritualidade de Pentecostes - mormente em conseqüência da reflexão emanada
do Concílio Vaticano II a respeito da Pessoa e do operar do Espírito Santo -
tem resgatado e oferecido à Igreja é uma experiência:
a experiência do chamado “Batismo no Espírito Santo”...
“Entre os católicos da Renovação a
frase ‘batismo no Espírito Santo’ se refere a dois sentidos ou momentos. O
primeiro é propriamente teológico. Nesse sentido, todo menbro da Igreja é batizado no Espírito Santo pelo
fato de ter recebido os sacramentos da iniciação Cristã. O segundo é de ordem
experiencial e se refere ao momento ou processo de crescimento pelo qual a
presença ativa do Espírito, recebido na iniciação, se torna sensível à
consciência da pessoa. Quando se fala, na renovação católica, do batismo no
Espírio Santo, recebido na iniciação, se torna sensível à consciência da
pessoa. Quando se fala, na renovação católica, do batismo no Espírito Santo,
geralmente se refere a essa experiência consciente que é o sentido
experiencial.” (Documento de Malines, Orientações
Teológicas e Pastorais da RCC, Cardeal Suenens e outros). Para Dom Paul
Josef Cordes - atual presidente do Pontifício Conselho Cor Unum (das obras de
misericórdia) - , “o batismo no Espírito Santo” é experiência concreta da
“graça de Pentecostes” na qual a ação do Espírito Santo torna-se realidade
experimentada na vida do indivíduo e da comunidade de fé. O “derramamento do
Espírito Santo” é introdução decisiva a uma renovada percepção e a um novo
entendimento da presença e da ação de Deus na vida pessoal e no mundo. É, em
suma, a redescoberta experiencial, na fé,
de que Jesus é Senhor pelo poder do Espírito para a glória do Pai.
Enraizado na graça batismal, o “batismo no Espírito” é essencialmente a experiência
da renovada comunhão com as pessoas divinas. É abertura e manifestação da vida
trinitária nos que foram batizados [...] Com demasiada freqüência, indivíduos
batizados não tiveram um encontro genuíno com o Senhor; “muitas vezes não se
verificou a primeira evangelização” e ainda não há “adesão explícita e pessoal
a Jesus Cristo” (Catechese Tradendae 19).
Segundo ainda Dom Paul Cordes, a expressão “batismo no Espírito” pode ser usada
em muitos sentidos. Aqui, “batismo no Espírito Santo” é usada com respeito à
experiência de receber o Espírito Santo com a vida de graça, juntamente com a
recepção dos carismas, como parte integrante da iniciação cristã, ou como
reapropriação ou inspiração mais tardia
em um contexto não-sacramental do que já foi recebido na iniciação (op.cit;
p.28). Como se vê, há de se entender aqui a palavra “batismo”, no seu sentido
primário, não sacramental, que se refere ao ato de mergulhar, imergir alguma
coisa ou alguém em uma outra realidade (no nosso caso, um “inundar-se” no mistério
da efusão do Espírito dispensado pelo Pai por intermédio de Jesus, em
Pentecostes, que foi “derramado” conforme a promessa (cf. At 2,16-21). Também
se recorre com freqüência ao
termo efusão do Espírito ou, ainda, “derramamento
do Espírito”, e mesmo “um liberar do Espírito Santo”, querendo-se, sempre,
referir-se àquela experiência que nos leva a abrirmo- nos mais à realidade da
Trindade de Deus em nós, com uma crescente consciência a respeito do
significado dos sacramentos da iniciação cristã, nos batizados
sacramentalmente. Essa especial e profunda “percepção” – definida, perceptível, envolvente - do relacionamento
pessoal com Jesus Cristo que essa experiência
proporciona não faz parte de nenhum movimento
em particular - em caráter exclusivo - mas é patrimônio da Igreja, que
celebra os sacramentos da iniciação e por quem recebemos o Espírito Santo.
Antes de entender e elaborar uma
teologia a respeito do Espírito Santo, os apóstolos tiveram uma experiência com Ele. Ainda que, a
princípio, não entendêssemos tudo o que pode significar, os frutos desse
chamado batismo no Espírito deveriam, por si sós, motivar- nos a querê-lo, a
desejá-lo- e com muita sede - para a nossa vida de fé. Alguns dos frutos que se
percebem na vida dos que buscam e experimentam
essa graça são:
-
Conversão interior radical e transformação profunda
da vida;
- Luz
poderosa para compreender melhor mistério de Deus e seu plano de salvação;
-
Novo compromisso pessoal com Cristo;
-
Gosto pela oração pessoal e comunitária;
-
Amor ardente à Palavra de Deus na Escritura;
-
Busca viva dos sacramentos da
Reconciliação e da Eucaristia;
-
Amor verdadeiro e autêntico à Igreja e
às suas instituições;
-
Descobrimento de uma verdadeira opção
preferencial pelos pobres;
-
Entrega generosa ao serviço dos
irmãos, na fé.
-
Força divina para dar testemunho de
Jesus em todas as partes;
6- Partilha Espontânea (cerca
de 20 minutos)
7- Cântico
8-
Oração Final
A –Vinde Espírito Santo
E enviai-nos do alto do Céu, Um raio da vossa luz!
B – Vinde, Pai dos pobres, Vinde, fonte de todos
os dons, Vinde, luz dos corações!
A - Consolador magnífico! Doce hóspede da alma!
Doce reconforto!
B - Sois repouso para o nosso trabalho, Calmante
para as nossas paixões, Lenitivo para as nossas lágrimas!
A - Ó luz da felicidade, Inundai plenamente
Os corações dos vossos fiéis!
B - Sem o vosso auxílio, Nada pode o homem, Nada
produz de bom!
A - Lavai as nossas manchas! Banhai a nossa
aridez!
Sarai as nossas feridas!
B – Dobrai a nossa dureza! Aquecei a nossa
frieza!
Retificai os nossos erros!
A - Dai aos vossos fiéis, Que em Vós confiam, Os
sete dons sagrados!
B - Dai-nos o mérito da virtude! Dai-nos o
troféu da salvação!
Dai-nos alegria eterna!
T - Amém, Aleluia!
9-
Sugestão
de Atividade em Casa
Mc 1, 4-8. Após a leitura, orar
por alguns momentos pedindo a Deus que nos conceda um maior entendimento para
amadurecermos, crescermos nosso relacionamento com a Pessoa-dom, que é o
Espírito Santo.
(O dirigente pode dar alguns exemplos de pequenas orações
espontâneas a serem feitas). Rezar também:
CONSAGRAÇÃO
AO ESPÍRITO SANTO
(Santiago Alberione)
Espírito Santo, amor eterno do Pai
e do Filho, eu te adoro, te dou graças, te amo e te peço perdão pelas vezes que
te ofendi em minha própria pessoa ou em meu próximo.
Desce com a plenitude de teus dons
nas sagradas ordenações dos bispos, sacerdotes e diáconos; na profissão dos
religiosos, na conformação dos fiéis. Dá-nos a todos: luz, santidade e espírito
missionário.
Espírito de verdade, te consagro a
mente, a imaginação, a memória: ilumina-me para que eu conheça a Cristo Mestre
e assimile seu Evangelho e a doutrina da Igreja. Acrescenta em mim o dom da sabedoria, da ciência, da inteligência e do conselho.
Espírito santificador, te consagro
a minha vontade: guia-me segundo os teus desejos, ajuda-me a ser fiel na
observância dos mandamentos de Deus e em meus compromissos. Concede-me o dom da
fortaleza e do temor de Deus.
Espírito vivificador, te consagro
meu coração: conserva e acrescenta em mim a vida divina. Concede-me o dom da
piedade. Amém.
Bênção
Final
8º Dia- A efusão do Espírito Santo
Abertura
(para todos os dias)
4-
Leitura
Bíblica
Leitura da Carta de Paulo aos Gálatas,
capítulo 5, versículos de 16 a 23.
5- Reflexão Catequética
D - Por sua Páscoa,
Jesus Cristo redimiu todo o gênero humano. Por Ele, todos os homens têm acesso
à salvação. É fundamental, porém, que todos e cada homem - já salvos - assumam,
explícita e pessoalmente, essa salvação. O mistério da salvação oferecido gratuitamente
por Deus precisa ser aceito livremente por cada um de nós, como opção pessoal,
em uma atitude de obediência de fé.
“ Para que se preste essa fé, exigem-se gravação prévia e adjuvante de Deus e
os auxílios internos do Espírito Santo, que move o coração e converte-o a Deus,
abre os olhos da mente e dá ‘a todos suavidade no consentir e crer na verdade’.
A fim de tornar sempre mais profunda a compreensão da Revelação, o mesmo
Espírito Santo aperfeiçoa continuamente a fé por meio de Seus dons” (Constituição
Dogmática Dei Verbum, n. 5). Ou seja,
não se avança na percepção progressiva do mistério da salvação realizada por
Jesus Cristo sem se deixar habitar em plenitude pelo Espírito Santo, sem
experimentar continuamente de sua efusão admiravelmente manifestada, derramada,
dada e comunicada em Pentecostes (cf. Catec;
n. 731), mas prometida para estar conosco eternamente. “Tendo entrado uma vez
por todas no santuário do céu, Jesus Cristo intercede sem cessar por nós como
mediador que nos garante permanentemente a efusão do Espírito Santo.” (Catec., n. 667).
O Espírito não cessa, pois, de
levar continuamente as pessoas à experiência do Cristo vivo e ressuscitado, por
meio de sua efusão. Crentes, descrentes, batizados só de nome, praticantes,
santos e pecadores, são visitados por essa graça pascal (v. Catec., n.731), e dão um salto
qualitativo na fé, que vai de um não conhecimento, de um conhecimento
insuficiente, de um conhecimento estribado na cultura e na razão, apenas, a um
conhecimento experiencial, que aguça a fé e sacia a sede e que envolve todo
nosso ser e proporciona a todos uma progressiva tomada de consciência a
respeito do real significado dos sacramentos da iniciação cristã, do que
significa ser cristão, ser salvo, ser Igreja... E não precisamos ficar esperando que, aleatoriamente, uma hora aconteça
conosco. Ou, se já aconteceu, achar que
foi o suficiente. Jesus nos garante
permanentemente a efusão do Espírito Santo, como vimos. Quem tiver sede, vá
a Ele e beba (Jo 7, 37-39), mais e mais.
Se o nosso pecado, se a nossa tibieza, se a nossa pequena fé nos
esmorecem, enchamo- nos do Espírito (cf.
Ef 5, 12)! Agora isso é possível. É possível oferecermos ao Espírito mais e
mais espaço em nossa vida para que Ele a replene com sua plenitude. Ele, que já
está em nós, pode manifestar-se, aqui e
agora, segundo a Sua vontade e nossa abertura à Sua ação...
É até quando vamos ter necessidade
da Efusão do Espírito? Até
atingirmos a santidade!!! Isso mesmo, pois, “... se o batismo é um verdadeiro
ingresso na santidade de Deus mediante a inserção em Cristo e a habitação de
seu Espírito, seria um contra-senso contentar-se com uma vida medíocre pautada
por uma ética minimalista e uma religiosidade superficial. Perguntar a um
catecúmeno: ‘Queres receber o Batismo?’ significa ao mesmo tempo pedir-lhe:
‘Queres fazer-te santo?’ (Novo Millennio
Ineunte, 31). Em março de 2002, falando aos membros de uma delegação da
“Renovação no Espírito Santo”, na Itália, o
papa João Paulo II afirmou: “A
Igreja e o mundo têm necessidade de santos, e nós somos tanto mais santos
quanto mais deixamos que o Espírito Santo nos configure com Cristo.” Eis o segredo da experiência regeneradora da
‘efusão do Espírito’, experiência típica que caracteriza o caminho de
crescimento proposto pelos menbros dos vossos Grupos e das vossas Comunidades”
(L’Osservatore Romano, 30/03/2002). E
mais recentemente - 23 de maio de 2004 -, aos convidar os Movimentos
Apostólicos a participar da Vigília de Pentecostes, dava o motivo de seu
convite: “...para invocar sobre nós e sobre toda a Igreja uma abundante efusão
dos sons do Espírito Santo”...
Que tal manifestarmos a Deus, hoje
- quem sabe pela primeira vez, ou, talvez, uma vez mais - a nossa sede e a
nossa vontade de receber mais e mais da efusão do Espírito? Associemo-nos a
Maria – “aquela que, embora já tendo experimentado a plenitude do Espírito na
encarnação do Verbo (gratia plena),
obedeceu à instrução do Filho e também colocou-se à espera do cumprimento da
promessa do dom do Espírito”. “E todos ficaram cheios do Espírito...” (cf. At
2,4). Peçamos, com João Paulo II, a intercessão dela: “ Ó Virgem Santíssima,
mãe de Cristo e da Igreja [...] Tu que estivestes no Cenáculo com os apóstolos
em oração, à espera da vinda do Espírito de Pentecostes, invoca a Sua renovada
efusão sobre todos os fiéis leigos, homens e mulheres, para que correspondam
plenamente à sua vocação e missão, como ramos da ‘verdadeira videira’, chamados
a dar ‘muitos frutos’ para a vida do mundo” (Christifideles Laici, n. 64).
6-
Partilha
Espontânea (cerca de 20 minutos)
7- Cântico
8- Oração para pedir o Batismo no
Espírito Santo
T- Senhor Jesus,
vivo, ressuscitado, Vós recebestes o Espírito Santo em plenitude para
comunicá-Lo a todos os que crêem em Vós de todo o coração. Eu creio em Vós,
Jesus! De todo o coração! Com toda a alegria e ação de graças!
Jesus, desejo vivamente viver minha
vida cristã em plenitude e santidade. Mas, para assim vivê-la, eu preciso da
ação vigorosa do Vosso Espírito Santo.
Jesus, já me deste o Espírito
Santo no dia do meu batismo e O confirmaste em mim pelo sacramento da crisma.
Mas peço-Vos que hoje O libereis em
todo o meu ser, para que eu fique cheio, encharcado, plenificado dEle.
Jesus, um dia dissestes: “Sereis batizados no Espírito Santo.”
Batizai-me, agora, Jesus, conforme a Vossa promessa! Mergulhai-me no oceano do
amor e da santidade do Espírito Santo, para que eu fique plenificado por Sua
presença e por Sua ação vigorosa e santificadora!
Jesus, liberai em mim o Vosso
Santo Espírito, de tal modo que Ele se aproprie de mim, de todo o meu ser: do
meu espírito, do meu psiquismo, das minhas faculdades mentais e emocionais e do
meu físico, convertendo-me, libertando-me, transformando-me, curando- me e
santificando-me de tal forma, que eu possa ser uma nova criatura, para viver
uma vida nova, em comunhão de amor com o meu Deus e com os meus irmãos.
Jesus, batizai-me no Espírito
Santo! Que eu possa experimentar vivamente Sua presença e Sua santidade em
minha vida, todos os dias! Jesus, que Vosso Espírito Santo desabroche em mim os
setes dons infusos! Jesus, que o Espírito de amor gere em mim os Seus nove
frutos de santidade! Jesus, que o
Espírito Santo se manifeste em mim com Seus carismas, para que eu possa servir
muito mais e melhor aos meus irmãos!
Batizai-me, Senhor Jesus, no Vosso Santo
Espírito!
Jesus, creio vivamente que Vós fareis
acontecer em mim essa graça bendita. Porque creio, agradeço. Sim, Jesus,
agradeço de todo o coração por tão grande graça. Desejo corresponder ao amor e
à ação do Vosso Espírito Santo, com toda a atenção e dedicação.
Obrigado, Jesus.
(Na seqüência, os servos - dois a dois - rezam por cada
um dos participantes, impondo-lhes
- num gesto de solidariedade e
comunhão - as mãos e pedindo a confirmação do que acabaram de orar. Durante
esse momento, os responsáveis pela música - se houver - podem entoar, em uma
altura que não atrapalhe a oração, cantos suaves e apropriados [“Eu navegarei”; “ Batizai-me Senhor”, etc.]).
9- Sugestão de Atividade em Casa
Ler At 10, 24-28. Reservar um
tempo para estar em comunhão com o Senhor, repetindo em oração a disposição de
querer ser replenado por seu Espírito. Manifeste ao Senhor a sua vontade de se
deixar conduzir inteiramente por Seu Espírito e de acolher todos os dons e
carismas que Ele quiser lhe conceder.
Lembre-se e confie: “Outrossim, o
Espírito vem em auxílio à nossa fraqueza; porque não sabemos o que devemos
pedir, nem orar com convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos
inefáveis” (Rm 8,26)
Bênção
Final
9º Dia- Capacitados para Servir
Abertura
4- Leitura Bíblica
Leitura do Evangelho de Jesus
Cristo segundo São Marcos, capítulo 16, versículos de 12 a 18.
5- Reflexão Catequética
D - Pentecostes é
uma graça constitutiva - “que faz parte” - do grande mistério pascal, pelo qual
o Filho - o Verbo de Deus encarnado - obteve para nós a remissão de nossas
faltas e a garantia de participação na vida eterna, na comunhão com a Trindade
Santa,
Deus tem um propósito especial e
muito definido ao nos dar o seu
Espírito Santo: tornar possível a continuidade da graça da salvação para todas
as gerações que se sucedem à morte e ressurreição de Cristo (cf. DIM, 1; DeV,
22 e 67). “ Recebereis o poder do Espírito Santo e então sereis minhas testemunhas [...] até os confins do mundo”, nos
esclarecia Jesus (cf. At 1,8). “Assim como o Pai me enviou, assim estou
enviando vocês [...]: recebam (para isso) o Espírito Santo! E o que vocês
perdoarem, estará perdoado (cf. Jo 20, 21-23).
O Espírito, pois, nos é dado não
apenas como “penhor da nossa herança” eterna (cf. Ef 1 13-14; Gl 4, 6-7, Ti 3,
5-7), mas também para que posamos testemunhar
a respeito da obra de Jesus (cf. Jo 15,26-27). “... é missão do Espírito Santo
também o transformar discípulos em testemunhas de Cristo” conforme nos
recorda João Paulo II, em sua Encíclica Catechese
Tradendae, n. 72.
O Catecismo da Igreja católica (n.683) nos diz que “sem o Espírito
não é possível ver o Filho de Deus, e
sem o Filho, ninguém pode aproximar-se do Pai, pois o conhecimento do Pai é o
Filho, e o conhecimento do Filho de Deus se faz pelo Espírito Santo.” E Paulo
VI, em sua Encíclica Evangelli Nuntiandi, n.75, nos ensina
que “nunca será possível haver evangelização sem a ação do Espírito Santo [...]
Ele é aquele que, hoje ainda, como nos inícios da Igreja, age em cada um dos
evangelizadores que se deixa possuir e conduzir por ele, e põe na sua boca as
palavras que ele sozinho não poderia encontrar, ao mesmo tempo que predispõe a
alma daqueles que escutam, a fim de a tornar aberta e acolhedora para a Boa
Nova e para o reino anunciado. As técnicas da evangelização são boas,
obviamente; mas ainda as mais aperfeiçoadas não poderiam substituir a ação
discreta do Espírito Santo. A preparação mais apurada do evangelizador nada faz
sem ele. De igual modo, a dialética mais convincente, sem ele, permanece
impotente em relação ao espírito dos homens. E, ainda, os mais bem elaborados
esquemas com base sociológica e psicológica, sem Ele, em breve se demonstram
desprovidos de valor.”
Ou seja, é possível ter-se uma
abundância de programas, de planejamentos, de projetos, e até de boas
intenções, mas se não levarmos em conta, de modo efetivo e experiencial (e não
apenas com retórica sociológica e teológica) a participação livre e soberana do
operar do Espírito, podemos fazer muito barulho e colher poucos resultados em
nosso trabalho de evangelização. Quem não leva à missão os recursos do poder do
Espírito, dá de si mesmo; e o que nós temos a oferecer é sempre pouco para
tocar o coração dos homens - uma vez que a mensagem cristã contém elementos que
vão além da simples capacidade de compreensão intelectual, racional, dos seres
humanos.
Desde os primórdios da
evangelização, Paulo ressaltava: “O nosso Evangelho vos foi pregado não somente
por palavra, mas também com poder, com o Espírito Santo e com plena convicção.
Sabeis o que temos sido entre vós para a vossa salvação” (1 Tes 1, 5). E mais:
“Também eu, quando fui ter convosco, irmãos, não fui com o prestígio da
eloqüência nem da sabedoria anunciar-vos o testemunho de Deus. Julguei não
dever saber coisa alguma entre vós, senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo
crucificado. Eu me apresentei em vosso meio num estado de fraqueza, de
desassossego e de temor. A minha palavra e a minha pregação longe estavam da
eloqüência persuasiva da sabedoria; eram, antes, uma demonstração do Espírito e
do poder divino, para que vossa fé não se baseasse na sabedoria dos homens, mas
no poder de Deus” (1 Cor 2,1-5)
O Concílio Vaticano II, em seu
documento sobre o apostolado dos leigos (Decreto Apostolican Actuositatem, n. 3), advertia: “Impõe-se pois a todos o
dever luminoso de colaborar para que a mensagem divina da salvação seja
conhecida e acolhida por todos os homens em toda a parte.
Para exercerem tal apostolado , o
Espírito Santo - que opera a santificação do povo de Deus por meio do ministério e dos sacramentos
- confere ainda dons peculiares aos fiéis (cf. 1Cor 12,7), “distribuindo-os a
todos, um por um, conforme quer” (1 Cor 12, 11), de maneira que “cada qual,
segundo a graça que recebeu, também a ponha a serviço de outrem” e sejam eles
próprios “como bons dispensadores da graça multiforme de Deus” (1 Pd 4, 10),
“para a edificação de todo o corpo na caridade” (cf. Ef 4,16).
A obra da Salvação é uma obra de
Deus. E para realizar e cooperar com a obra de Deus, precisamos do poder de
Deus, conforme nos foi prometido e dado (At 1,8). Assim como é louvável
buscarmos o mais frequentemente possível a comunhão com o Senhor na Eucaristia,
de igual modo é salutar pedirmos ao Senhor que nos batize, que nos sature constantemente com seu Espírito,
capacitando-nos adequadamente para a missão. Abrir- se, pois, ao Espírito Santo
e aos seus dons e carismas é a forma concreta de nos deixarmos interpelar por Sua Palavra e
respondermos com fé e generosidade ao chamado que Deus, privilegiadamente, nos
fez em Jesus Cristo , pelo Espírito! Amém!
6-
Partilha
Espontânea
(cerca de 20 minutos)
Neste dia, o Dirigente orienta
todos sobre a importância da participação na vida da Comunidade Eclesial
(Grupos de Oração, de Estudos Bíblicos, de Promoção Social. de Pastorais
diversas), como uma conseqüência da consciência de Pentecostes (At 2,42).
Agradece a participação de todos e faz os pertinentes convites.
7- Cântico
- Oração Final
A - Graças, Senhor,
pelo teu Pentecostes, que se renova mais e mais agora. Sabemos que é chegada a
tua hora, e que dispensas os teus dons em profusão...
B - Dá-nos também um
Pentecostes que nos abale, que nos sacuda... Um rápido tufão que da nossa
pequenez nos desinstale;
que leve, uivando, a bagatela, o lixo odioso,
e ponha à prova das nossas tendas a firmeza.
A - Dá-nos um Pentecostes que nos derrube ao
chão, como um vento conquistador, impetuoso;
mas que saneie o charco e corte a estrada que
nos conduza à segurança e à certeza.
B - Dá-nos um novo Pentecostes, vendaval que
arrombe portas e janelas: um sinal para sairmos de nós, e aos outros dar
entrada;
que sobre o mundo nos dê outro cenário sem os espelhos do
nosso santuário que só nos refletem a nós: a nós e o nada!
A
- Dá-nos um novo
Pentecostes, de abrasar, para a nova de Jesus anunciar aos pequeninos, aos que choram e têm fome, para que cresçam
e riam, em teu nome!
Má nova aos grandes, cuja vida é um não.
Sejam todos pequenos, em teu nome, e chorem,
para obter o teu perdão.
B
- Dá-nos um novo
Pentecostes, fogo e chama, que queime em nós o erro e a mesquinhez, rasgando a
selva e secando a lama... fazendo ver com nova limpidez visões de apocalipse e de verdade: tua verdade,
serena, a uma só: a vida que é nossa, na Trindade... e, além do pó, um encontro
já marcado: a eternidade!
A - Dá-nos um novo Pentecostes, que, além disto,
purifique o ouro em nós, até brilhar e refletir no mundo Jesus Cristo.
B - Dá-nos um novo Pentecostes, que faça ardente
tocha da tua igreja. Firmados nessa rocha o mal não poderá nos arrastar.
T - Renova-a dia-a-dia, para que mais e mais dê
glória a Deus, para que mais e mais sejamos teus, até o renascer na Parusia!
9-
Sugestão de Atividade em Casa
Ler 1Cor 12, 1-31. Fazer, em oração, o propósito de ler
diariamente um trecho da Sagrada Escritura.
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